Super Safra de Grãos: Brasil Mantém Projeção Acima de 354 Milhões de Toneladas
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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a segunda estimativa para a safra de grãos 2025/2026, reafirmando uma produção recorde no país. O volume projetado é de 354,8 milhões de toneladas, um resultado estável em relação à primeira previsão, mas que marca um ciclo de grande expansão. Para sustentar esse número, a Conab prevê que a área total cultivada atinja 84,4 milhões de hectares, representando um crescimento de 3,3% na área plantada em comparação com a safra anterior.
Apesar dos números robustos, a Companhia mantém o alerta ligado para o clima. Condições adversas como as chuvas irregulares em Mato Grosso, o atraso nas precipitações em Goiás e os eventos climáticos no Paraná estão sob monitoramento constante. A produtividade média nacional está projetada em 4.203 quilos por hectare, mas o desenvolvimento das culturas será diretamente influenciado pela evolução do clima nas próximas semanas.
O grande destaque da safra é, mais uma vez, a soja. O plantio da oleaginosa deve crescer 3,6% na área, totalizando 49,1 milhões de hectares, com uma produção estimada em 177,6 milhões de toneladas. No entanto, o ritmo do plantio está atrasado em estados cruciais como Goiás e Minas Gerais devido à falta de chuvas satisfatórias. Em Mato Grosso, áreas semeadas precocemente já sentiram os efeitos do déficit hídrico, o que pode comprometer o estabelecimento inicial da cultura.
Já para o milho, a produção total das três safras deve chegar a 138,8 milhões de toneladas, uma leve redução de 1,6% em relação ao ciclo anterior. No caso do milho primeira safra, espera-se um aumento de 7,1% na área cultivada, com produção prevista em 25,9 milhões de toneladas. No Sul, o milho sofreu impactos de baixas temperaturas, enquanto as fortes chuvas no Paraná atingiram lavouras ainda no campo, exigindo reavaliação dos impactos pela Conab.
Outras culturas também apresentam variações. A estimativa para a colheita total de feijão é de 3,1 milhões de toneladas, um volume semelhante ao do ciclo passado. Já o arroz deve ter uma produção menor, de 11,3 milhões de toneladas, uma queda de 11,5% influenciada principalmente pela menor área cultivada, apesar do bom desenvolvimento das lavouras no Rio Grande do Sul.
No mercado, a perspectiva é de alta nas exportações e no consumo interno. O Brasil deve exportar 112,1 milhões de toneladas de soja, um aumento de 5,11% em relação à safra anterior, apoiado pela maior demanda global. Para o milho, o consumo interno deve crescer 4,5% — impulsionado pela maior demanda do cereal para a produção de etanol — e as exportações devem avançar para 46,5 milhões de toneladas. A Conab indica que, apesar desses incrementos, os estoques finais de passagem devem se manter estáveis.
